quinta-feira, fevereiro 22, 2007

** JOGUEM FORA **


** Joguem Fora **

***
Dizem que é hoje
Que o ano inicia
Depois do carnaval
Após a grande folia
Do cansaço em demasia

Revire suas gavetas
Olhe nas prateleiras
Bem no fundo do baú
No cantinho escondido
Lá no seu esconderijo

Jogue fora suas mágoas
Desejos mal resolvidos
Sonhos que se perderam
Ódio bem reprimido
A mágoa ali contida

Espane, lave o local
Com a alma purificada
Com o sabão do perdão
Com detergente branquinho
Dê lustre ao seu coração

Renove seus pensamentos
Com um olhar acolhedor
Um sorriso de alegria
Com a consciência tranqüila
Ao caminhar nos seus dias

Assim, mais anos terás.
A vida lhe sorrirá.
Se o amor não brotar
Ofereça seu amor
O que ofertamos retornará

*****

Sogueira

domingo, fevereiro 18, 2007

** ESCREVES ... II **


Escreves... II
***
Aonde a mente exigir
No livro, na areia do mar,
No caderno escolar
Só não deixas tua mente
Atrofiar teu pensar

Escreves em todo lugar
Na canção, na poesia
Fala da vida, do lar
Do amor, do mundo
Dos problemas do lugar

Das flores, da lua
Do seu perfume a exalar
Do sol brilhante no ar
Do mar revolto, imponente
Só não vale, não pensar

Registras tua escrita
Na prosa, na poesia
Com sentimento, saudade
Amizade, dor, alegria
À noite, à tarde ou de dia

Só não deixas que o vazio
Que os sonhos impossíveis
Os desenganos sombrios
A saudade impertinente
Tome conta dos teus dias

Se alguém não gostar
Do tema escolhido
Do teu modo de pensar
Outro alguém irá gostar
Há gostos e gostos, há!...
*****
Sogueira

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

** AS CICATRIZES***


** As Cicatrizes **
***
Vestígios que o tempo deixou
Marcas, oculta na mente,
Sopradas ao vento corrente
Desfaz-se em pó levemente

Às vezes corte profundo
Outras, riscos na pele.
O sentimento registra
Fenece, declina bem leve

São carimbos impressos
Que o tempo restitui
Distintivo ao alcance
A cada fenda que flui

A tinta a ser marcada
Escolha a que desbota
Assim uma tênue lavagem
Arrasta, nem marca s’nota.

Pincele todas as marcas
Com o branco do perdão
Seu coração pousa leve
Viaja noutro refrão
*****
Sogueira

** MEU REFLEXO **


** Meu Reflexo **
***
Mirei-me no espelho, de frente.
Para o perfil não ofuscar
Metade de mim descontente
Refletida no olhar, a indagar

Tempos despóticos, inquisição no ar
Anseios afogados, sem desfechos
Turbilhão de contentamentos vagos
Desfeito na plenitude dos desejos

Face marcada pelo tempo
Revivendo anos decorridos
Lembranças não distantes, sombrias
Espelhada nos espaços percorridos

Passividade navegada dia a dia
Inércia de mãos dadas seguia
Indiferente ao brilho passageiro
Da juventude ofuscada em demasia

O que vale ser vivido!
No imaginário que nos guia
Na realidade que domina
No futuro indefinido?

Futuro é sempre o presente
Cada minuto, momento velado
No espelho que reflete
Sem resgate do passado
*****
Sogueira