quinta-feira, novembro 29, 2012

*FECHO OS OLHOS




Fecho os Olhos

Fecho os olhos e moldo tua imagem
Cada pedaço pincelando o sonho
Sorriso que acolhe, e na aragem
Outro sorriso vai arguto e bisonho.

De tanto exercitar esta façanha
A imagem retrata com perfeição
Traços em nitidez sem artimanha
As linhas contornando boca e mão.

Rede, olhar sedento, no vento solto,
Pássaros trinando ao anoitecer,
Mar rugindo em volta silencioso.

Tudo confabula no tempo envolto,
Matreiro sonho vem o amanhecer
Até que o olhar acorde majestoso.

Sonia Nogueira

Do Livro Nas Entrelinhas, 200 sonetos

*NO NADA




No Nada

Quando percebi, estava ali, no mar
Olhando o luar, tímido, calado
Pasmei. Fiquei pequena a meditar
A grande obra divina, o inacabado.

Entrei no abismo, dádiva da mente
No rastro, nada eu vi, tudo obscuro
Janelas batiam vazio consistente
Senti no nada a soma do futuro.

Desperdiçado, quase que sofri
A lágrima cadente, o mal persiste
Regado pelo bem, ao mal que vi.

Quisera ter a força dos extremos
Pintar amor, que ao tempo não resiste
Nutrir do nada, o tudo que não vemos

Sonia Nogueira

No Portal CEN



quarta-feira, outubro 10, 2012

*A PEQUENA MAY





A Pequena May, livro juvenil. Cinco crianças cansadas do planeta Terra
viajam na imaginação para outros planetes. A fantasia os acompanha.
no dia do lançamento li este poema.

*Dia da Criança
12 de outubro

Todo dia é dia de criança,
Mas hoje é de criança especial,
Bolo na mesa, dia de esperança,
Brinquedo na cama, sorriso igual.

A casa está enfeitada de cores
Beijos, abraços, sorrisos, carinhos,
Quantas crianças têm mil amores!
Quantas crianças sem caminhos!

Há criança, que veio sem pedir
Para nascer, viver e nem sofrer.
Pudesse eu faria de ti porvir
De auroras suaves para sorrir.

Guiava tua mão em toda trilha,
Guardava teu sorriso de pureza
Durante toda vida, a mil milhas,
Para encher tua vida de nobreza.

Nunca faltasse na mesa o pão,
A lágrima da face linda fugisse,
Um lar com amor, educação,
Mãe, e pai que nunca partisse.

Vamos, porém, apagar a tristeza,
Hoje é festa e só vejo alegria
Finjamos que toda a singeleza
Abraça o dia com grande euforia.

Parabéns criança de toda raça
Branca, morena e de cor anil,
Rica ou pobre, caneca ou taça,
São todas crianças do nosso Brasil.

Sonia Nogueira

sexta-feira, setembro 28, 2012

*DRUMMOND DE ANDRADE



*Drummond de Andrade

Itabira, 31 de outubro de 1902,
Nasceu Drummond, o pensador.
Rio de Janeiro, 17 de agosto 1987,
Vai Drummond cronista, defensor

Da arte de poetar, topou na pedra
Do caminho, criticado fez história,
A farmácia sem talento, a vitória,
Consagrou José, e agora medra,

Nos rincões do mundo “se aninham”
Os Josés sem nada, sem tetos,
Sem ter aonde ir, as pedras caminham,
Levando o autor protestos, trajetos,

Tendo um anjo olhando e disse:
“Vai, Carlos! ser gauche na vida”.
Coloriu seus versos sem sombra,
Fincou a arte do grande artista.

Fez do modernismo a conquista
Com tal prazer, no canto desenhou,
No poder sublime a palavra a vida,
“Liberdade”, poema que proclamou.

Anos, 110, o corpo vagou no espaço,
A palavra se perpetua sem cansaço,
Teu vulto, Drummond, vive e está.
Nesta terra Itabira a te contemplar.

Itabira 04 de agosto de 2012

quinta-feira, março 15, 2012

*CECÍLIA MEIRELES




 *Cecília Meireles

Origem portuguesa, nasceu brasileira.
Silêncio e solidão levava consigo.
“Essa foi sempre a área de minha vida”
dizia nos versos e trago comigo,

a mesma tristeza que em mim dorme
e nos versos a saudade me consome,
da mãe que levou consigo a alegria,
divago ainda vivendo a mesma agonia.

A vida, porém, reservou-me aqui
Cecília Meireles - Mulheres Notáveis,
 na “Ativa” de encantos, me perdi
Itabira de esplendores viáveis.

Ao Deus da sabedoria, deste espaço,
A Delasnieve e a Fátima meu abraço,
Ao promoter meu saudar inesquecível,
Dr. Eustáquio Felix de gosto irretocável.

Sonia Nogueira

Troféu Cecília Meireles, em Itabira Minas Gerias
10 de março de 2012

quinta-feira, janeiro 12, 2012

*JANEIRO


*Janeiro 

J.á chegou insano janeiro
A mesma rotina, diária
N.ão trouxe na algibeira
E nem na vontade guerreira
I.rmãos se dando as mãos
R.iso, e amor na estrada
O rastro segue a jornada

I.nda que a mente deseje
G.rande transformação aqui
U.ma mudança rápida ali
A roda gira na contramão
L.evando sonho e ilusão.

Sonia Nogueira