domingo, dezembro 25, 2011

*ALÔ, 2011

Alô, 2011

O sol amanheceu olhando o dia
Colhendo em cada olhar a emoção
Mirei, pensei que a felicidade irradia
Plantando sonhos, regando o coração,

De amor, perdidos em vãos minutos
Correndo, atropelando dias, horas
Tempo perdido, atônito, e segundos
Cortando a esperança o mal aflora.

A rua está deserta tudo é silêncio
O pensamento pousa nas lembranças
E vi que o tempo corre nos milênios
Quiçá, num ano cheque em fianças.

Roguei aos Céus por proteção diária
O mundo está em crise, a mão dispara
Os homens não entendem a culinária
A fórmula da paz, a mão que ampara.

Pudesse eu domar a rebelde criação
Faria em cada lar um sólido abraço
No mundo um só discurso de união
Amor e fraternidade no mesmo laço.

Um ano onde o bem vencesse o mal,
As portas fossem abertas ao irmão
Caíssem os muros e a bênção Divinal
Fizesse do amor pacote de afeição.

Sonia Nogueira

terça-feira, dezembro 13, 2011

*NÓS VOLUNTÁRIOS




*Nós Voluntários

Estamos aqui com farto sorriso
Reunidos neste cantinho de amigos
Grata homenagem, momento preciso
Todos os anos nesta casa de abrigo.

A voz tatuada no livro falado
Deixa arquivada cultura e saber
A biblioteca crescendo e no achado
Versos e prosas em gosto e querer.

A Sociedade de eficientes auditivos
É acolhedora e traz neste espaço
Caminhos de leitura, fartos incentivos
Unindo as mentes com a força do laço.

Aqui tem canto, esporte, dança, saúde
Festas juninas, biblioteca, educação,
Palestras, Braille, artes em amiúde
Filantropia feita de amor e devoção.

Aos voluntários que aqui se encontram
Amigos distantes, fraternos na ação
Eu louvo a grandeza do seu coração
Envio meu abraço e aplausos encontram.

Na equipe deste lar de grande conquista
E a todos que no sonho sucesso almeja
No sorriso farto da presidente amiga
A grande Maria Josélia Sá e Almeida.

Sonia Nogueira

domingo, outubro 30, 2011

*AO SOM DO PIANO






*Ao Som do Piano

Fosse eu uma transeunte apressada,
De olhar disperso, pensamento vago
Ainda assim meu ouvido com afago,
Cairia ao som de Chopin, deslumbrada.

E, ao pianista que do amor faz alegria,
Arreava a tenda, auscultava o coração,
E junto dedilhava a mesma canção,
Com toda euforia que a arte inebria.

De pé entre aplausos, mesmo distante,
Da janela a voz em eco pedia bis,
Jogaria uma aura em flor-de-lis
E um sorriso grato, farto, inebriante.

Prostrada me renderia ao som do canto,
E ao poeta de amores tantos e encanto.

Sonia Nogueira


Primeira colocada no VII Concurso PoeArt
Vozes de Aço -RJ

quinta-feira, setembro 29, 2011

*PALAVRA MARAVILHOSA



Palavra Maravilhosa!

Não te conheço, Rio de Janeiro
Mas te canto nos meus versos quentes
E sonho com teu porte ventureiro
E tuas belezas de pontos pertinentes.

Imagino-te fagueira majestosa
Acolhendo o turista, braços abertos
Cristo Redentor mão copiosa
Qual mestre ordenando concertos.

Sudeste é teu leito como herança
Misturas diversas da nossa etnia
Embelezando a raça que professa
Teu nome no samba em harmonia .

A mente pousa no colorido da festa
No arco-íris da avenida desfilando
É a natureza viva ao grito da floresta
De aplausos, e meu olhar sonhando.

Cheguei a Copa Cabana vejo o mar
O olhar deita ao longe na escultura
A natureza emoldurou no silêncio
Pão de Açúcar marco rijo e ternura.

A mente qual pincel domesticado
Pinta na imensidão em telas vivas
Tuas praias, ilhas, mar atordoado
De loiras, morenas, pardas vidas.

A natureza projetou sem auscultar
Belezas de tamanho encantamento
No arquipélago a formosa Paquetá
Musa dos meus versos e portento.

Das mazelas urge mister em ocultar
Para não apagar o brilho da festa
Bebo tua imagem Rio, e meu pulsar
Enamora-te como amante seresta.

Um dia te enamoro ao vivo e rio
Do encontro que o sonho projeta
Flertando no belo e porte perfil
Desta maravilha que me desperta.

Outra igual no mundo não há
Cidade brasileira a mais formosa
Colônia, cidade de Estácio de Sá
Rio de Janeiro - Palavra Maravilhosa.

SoniaNogueira

Selecionado para a Antologia dos 446
do Rio da Janeiro. Já recebi.

sábado, setembro 17, 2011

POSSE NA ACADEMIA





Posse na ALMECE Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará
Grata pela presença do prefeito de Itaiçaba ,Frank Gomes de Freitas, pela 
honrosa presença




Oração de agradecimento da novel Acadêmica
                         Sonia Nogueira

 Presidente da Academia de Letras dos Municípios,
do Estado do Ceará,  ALMECE; Francisco Lima Freitas;
Ilustres componentes da mesa, autoridades acadêmicas;;
Caros colegas escritores, amigos, e a todos os presentes.

Nesta memorável data de valor marcante, pela grandiosidade do momento, trago a simplicidade da palavra, tendo em destaque a frase de São Paulo: “Maneja as palavras para que sejam dignas de tua verdade”.  A força da palavra está contida na oratória a quem nos dirigimos. A palavra é a luz do mundo, a treva dos que a ignoram.
Senti-me honrada com o convite do nobre presidente deste recinto, Francisco Lima Freitas, para fazer parte deste grupo seleto de amigos da ALMECE, que abraçam os municípios do Ceará, em destaque permanente junto ao representante que o escolheu. É privilégio e honra ser ocupante da cadeira Nº 35 neste ascendente sodalício.
Convivendo aqui com os nobres colegas das letras, passei a fortificar o sabor da palavra. A palavra une o homem à vida, alimenta sonhos, explora ideias. Assim, nasce prosa e verso num labirinto entre ficção e realidade fascinando o leitor. A perpetuação da palavra é infalível. O mau uso dela é nocivo. Une homens e nações e desagrega com a mesma intensidade.
Procuramos, no decorrer da existência, abrigo para nossos males: amor, amigos, bares, salões de festa, jogos, diversos diplomas, variadas profissões, mas nada nos traz tanto conforto e alento quanto a plenitude da leitura. Ela é o escudo da alma, abrigo das tempestades, a reconciliadora dos conflitos. A vida é repleta de aventura. Ler e escrever são as maiores venturas. Aqui é o asilo dos humildes sábios. Os iletrados procuram asilo na bondade, caridade, amor, paz, e sabedoria dos anos vividos.
 No Universo da cultura literária, escolhi a cidade de Itaiçaba e para mim é privilégio. Distando de Fortaleza 164.7km, encaixada na região jaguaribana. Cidade esta que ficou encravada na lembrança de minha infância. Sou natural do Giqui, município de Jaguaruana, representada aqui por outro escritor.
Em 15 de outubro de 1956, foi desanexada de Jaguaruana. No início,  chamava-se Feira de Gado, depois passou a se chamar  Passagem das Pedras, devido o local ser pedregoso e por onde passa o Rio Jaguaribe. A palavra Itaiçaba é originária do tupi, que significa rio das conchas.
Foi oficialmente instalada, em solenidade no dia 7 de outubro de 1956, tendo como seu primeiro prefeito o Sr. Agostinho Correia Lima.
A referida cidade selou minhas lembranças de infância, ao ser membro visitante anual na festa da padroeira de Nossa Senhora da Boa Viagem. A comunhão entre as pessoas de valor imensurável acalorava o abraço. A troca de informações unia os moradores de cidade pequena, numa grande família. Os laços de amizade se estendiam também aos visitantes.
São recordações que a mente arquiva, e a palavra revela neste momento solene, entre confrades desta academia, aglutinando esta cidade a outras cidades aqui representadas por ilustres acadêmicos.
Quero aqui reforçar o valor desta academia, a ALMECE, pela organização e brilhantismo na caminhada e extremosa tarefa de elevar o Ceará cultuando as cidades escolhidas por cada acadêmico.
Registro, neste momento solene, a presença de Sua Excelência, Frank Gomes Freitas, prefeito de Itaiçaba, com o coração envaidecido e memória voltada para a ilustre cidade que, banhada pelas águas, umedece cada dia o coração do povo que ali convive, quais guardiões, com a onipotência Divina na fé perene.
Exalto meus, pais pela vida e educação recebida, herança que se perpetua entre os irmãos enetos.  Eu prometo com assiduidade, compartilhar em concordância com a presidência e os membros que interagem nesta associação, faminta da palavra, fonte viva e inesgotável de saberes.     
 Exalto a ALMECE implantada na gloriosa cidade do ilustre romancista  José de Alencar. Aos meus entes queridos que se foram há três meses, Ricardo Dantas, sobrinho, e Xavier Nogueira, irmão, a saudade será eterna.
 Deus esteja conosco.
Obrigada    Sonia Nogueira

Solenidade completa



domingo, setembro 04, 2011

*A FORÇA DO ABRAÇO



A Força do Abraço

O abraço nasce no primeiro grito
No colo materno a calma se aconchega
Escuro e claridade no espaço infinito
Impacto confuso abraço se abriga

Quando a solidão navega no profundo
A oferta do abraço cura a dor da alma
Em cada abraço nasce um novo mundo
Em cada emoção a vida sopra calma

O abraço da criança move esperança
É gota umedecendo em cada choque
Pureza e doçura em sã aventurança
Amor regando abraço em cada toque

De repente o amor se faz presente
Na ânsia do abraço o corpo se deleita
Na pele o contato qual rio afluente
Dois braços num abraço persistente

A força do abraço vence a dor
Dor que mora na escassez do abraço
Não deixe que o abraço seja delator
Da falta do amigo, do amor sem laço

Sonia Nogueira

domingo, julho 31, 2011

*LUA PERFUMADA



*Lua Perfumada 

Quando te vejo distante e suave
nas noites passadas do meu sertão
o pensamento deita na saudade
das horas que nunca mais virão

no luar que a beleza se mistura
com estrelas cintilando em renda
parece jardim que exala e perfuma
e perfuma qual perfume em tenda

tenda dos amores, dos amantes
unindo o mesmo afeto no viver
nas horas que o luar faz sofrer

luar que a cidade encobre a noite
de outra luz, doutro vento açoite
sem aragem de luares perfumantes

Sonia Nogueira

domingo, junho 05, 2011

*ANOITECENDO



Anoitecendo

Sentada na areia da praia deserta
O vento corria, a onda se agitava
Grãos de areia meu rosto tocava
A mente contrita sonhava deserta

Vi tua imagem sem rosto, sem nome
Sorrindo sem face em névoas sombrias
O peito aflito em vãs utopias
Buscava um rosto um só sobrenome

O som das ondas em canto e silêncio
Domava a noite soltando gemido
E veio suave em tom comovido
Tocou meu semblante com sapiência

À noite chegando tranqüila sem véu
Abrindo os braços sem luz do luar
Fingiu que a pureza vem repousar
No sonho tormento que é só meu

Pingos da neblina roubaram emoção
As horas não alteraram o ponteiro
O sonho se afogou no nevoeiro
A imagem distorcida sumiu no clarão

SoniaNogueira

Menção Honrosa na Antologia Poesias Encantadas, 2011

sábado, maio 21, 2011

O UNIVERSO EM CADA OLHAR



*O Universo em Cada Olhar


Vejo-te obra prima da natureza
Mãos hábeis de supremo artesão
Que e tela se reveste de nobreza
Eixo pendular em gravitação

Astros em equilíbrio permanente
Moldam o Universo, pinta de azul
Ocupam meu olhar quase indigente
Engano óptico nu de norte a sul

Deitando no pensamento inquieto
Vem o luar luzente em magnitude
Nódoas vagas perecem em absolto
Tomando a vaga ao temporal rude

Quieto não está girando em roleta
Dunas andantes, chuvas afoitadas
No clima iludindo sem gorjeta
Ao mestre de estudos vãs noitadas

Flutuantes sonhos giram sob a mente
De inculta erudição olhar aferidor
Inferior é o humano fraco, coagente
Diante do artista e mãos do Criador

O amor veio aflorar como indagação
Pudesse eu moldar tal sentimento
Faria do abraço porto exportação
Ilesa a terra ao mal, do vil tormento


Na Antologia Ecos Castroalvinos

quinta-feira, maio 05, 2011

À MINHA MÃE



*À minha Mãe

Todo dia a mesma saudade viva
Dos anos que os anos não apagam
Da mãe que fez da luz cada vida
Gratidão terna que os anos propagam

Vejo-te noutras mães de bondade
Aquelas que o afago é constante
Orgulho da cria e na saudade
Contemplação, a cada olhar rasante

Cada lembrança que a mente pousa
Recolhe-se no obscuro pensar
Guarda no deserto que repousa
Pra não apagar da lembrança o olhar

Da foto desbotada sina e tempo
A alma desolada em são momento
Arquiva dor suave presa ao vento
Trazendo na angústia dor tormento

Sou órfã nas horas de saudade
Nas horas de carência sou poesia
Sou triste, nas horas de bondade
Lembro da mãe que se foi noutro dia

Sonia Nogueira

quarta-feira, abril 27, 2011

*CAMINHO SEM VOLTA



*Caminho sem Volta

Na partida sem adeus se foi
Não sei do caminho, do retorno
Sem indagação sem volta, estorno
Foi assim, sem mais não vi o oi

Das noites acolhendo o sorriso
Os passos apressados de outrora
Sumiram na soleira sem demora

Tempo sumiu nem marcou a hora
Os dias hibernaram na lembrança
Se chover, se apontar sol na praça
A volta vai migrando tempo afora

Talvez nem o sol encontre a trilha
A chuva apaga rápido o caminho
Sem volta voa a ave em outro ninho

Sonia Nogueira