sábado, maio 21, 2011

O UNIVERSO EM CADA OLHAR



*O Universo em Cada Olhar


Vejo-te obra prima da natureza
Mãos hábeis de supremo artesão
Que e tela se reveste de nobreza
Eixo pendular em gravitação

Astros em equilíbrio permanente
Moldam o Universo, pinta de azul
Ocupam meu olhar quase indigente
Engano óptico nu de norte a sul

Deitando no pensamento inquieto
Vem o luar luzente em magnitude
Nódoas vagas perecem em absolto
Tomando a vaga ao temporal rude

Quieto não está girando em roleta
Dunas andantes, chuvas afoitadas
No clima iludindo sem gorjeta
Ao mestre de estudos vãs noitadas

Flutuantes sonhos giram sob a mente
De inculta erudição olhar aferidor
Inferior é o humano fraco, coagente
Diante do artista e mãos do Criador

O amor veio aflorar como indagação
Pudesse eu moldar tal sentimento
Faria do abraço porto exportação
Ilesa a terra ao mal, do vil tormento


Na Antologia Ecos Castroalvinos

quinta-feira, maio 05, 2011

À MINHA MÃE



*À minha Mãe

Todo dia a mesma saudade viva
Dos anos que os anos não apagam
Da mãe que fez da luz cada vida
Gratidão terna que os anos propagam

Vejo-te noutras mães de bondade
Aquelas que o afago é constante
Orgulho da cria e na saudade
Contemplação, a cada olhar rasante

Cada lembrança que a mente pousa
Recolhe-se no obscuro pensar
Guarda no deserto que repousa
Pra não apagar da lembrança o olhar

Da foto desbotada sina e tempo
A alma desolada em são momento
Arquiva dor suave presa ao vento
Trazendo na angústia dor tormento

Sou órfã nas horas de saudade
Nas horas de carência sou poesia
Sou triste, nas horas de bondade
Lembro da mãe que se foi noutro dia

Sonia Nogueira