domingo, outubro 31, 2010

* O INFINITO

O Infinito

O grito ecoou na hora primeira

Surgiu a vida parecendo infinito

Sabendo da finitude ira obreira

Tremi vendo da natureza o rito

*

Infinito é o sonhar na esperança

Parecendo magia contra o tempo

Perpetuando o gene como herança

Espécime vorace em contratempo

*

Deitei na imensidão contei estrelas

Tantas parecendo pingo em chuva

Não sei se infinitas, porém singelas

A mente desfigurada ficou turva

*

O amor, tema imortal, creio infinito

Ovação dos amores nasce e fenece

Rápido como gemido de tão finito

Fenece, renasce perdoa como prece

*

Eu vi no infinito teu culto olhar

Em tanta profundidade me perdi

Espelho transbordante ao mirar

Deus, que infinito, nunca esqueci

*

SoniaNogueira

Classificada nas três primeiras colocadas

No Concurso Poesias Encantadas, 2010,

Mogi Guaçu SP. Coordenador Luciano Becalete

*

Texto de Sonia Nogueira, no jornal O povo

http://www.opovo.com.br/app/opovo/jornal-do-leitor/2010/09/25/noticiajornaldoleitorjornal,2044558/o-peixe-e-o-pescador.shtml

*

domingo, outubro 10, 2010

* DIA DA CRIANÇA


*Dia da Criança

Não pediste para nascer, criança

Mas, pediste pra viver e ser feliz

Ter saúde e cultivar esperança

Abolir da infância a palavra infeliz

*

Na mesa alimento à sobrevivência

Educação, moradia em lei impressa

Nos passos a firmeza sem carência

Do carinho, a certeza e a promessa

*

Da colheita da mão que te plantou

Do sorriso sempre farto todo dia

Da emoção do abraço que faltou

Da mão que te conduza em alegria

*

A bênção logo cedo, ao amanhecer

Na condução entre espinhos e flores

Haja mais flores para agradecer

Haja mais zelos, carinhos e amores

*

O elo entre as mãos seja constante

Mãos que reunidas forma o lar

Não deixe neste toque edificante

Apagar na distancia o seu sonhar

*

Criança, neste doze de outubro

Sereno, promessas fartas, poesias

Vendo-te hoje no sol de amanhã

Envio-te felicidades todos os dias

SoniaNogueira

sexta-feira, outubro 01, 2010

*ANTAGONISMO


Antagonismo
*
O dia surge, um olhar que deslumbra
Sol abraçando o mundo em claridade
Treva sugando a noite na penumbra
Duas forças opostas, liberdade
*
Molhando a terra a chuva condoída
Levando ao solo pranto que afaga
Suspira a semente grão rogando vida
No mesmo lema escassez e fraga
*
Definha a vida a flor pálida e triste
A sede cobre a pétala que murchou
Na lágrima faltou pranto, que acinte
Canta a natureza alento não soprou
*
Olhando a janela, o coração aflito
Descubro no dilema obra e criação
O vento vem soprando, rir. Insisto
Quão sublime o mistério extensão
*
No espelho o rosto triste dos invernos
Dos verões, outonos, quimera amiúde
Roubados dos anos, rios primaveras
Que contraste Deus, vida e ataúde
*
Horas sou chão firme, forte, poema
Noutras, solidão companhia ativa
Às vezes, serenidade que amena
Horas furacão farejando, viva
*
De repente o amor correu liberto
Que faço das correntes no porão!
Perdi o tino, no rastro só deserto
Atônitos, errantes, amor e coração
*
Sonia Nogueira
*
Ganhou Menção Honrosa no concurso
da Academia Machadense de Letras - MG
08/09/2010

*A PALAVRA

*A Palavra


Guardo-te limpa com tanto zelo

Tratamento de rainha, excesso

Às vezes, dos acentos desprezo

Por descuido, por não ter acesso

*

Procuro não ultrapassar o encanto

Para não ferir, envolver no pranto

Mas, teima desobedece, e, sincera

Fazes à mágoa, o inimigo emperra

*

Como entender-te noutra mão ali

Pensamentos seus em convicção

Pensamentos meus falando aqui

Vontades diversas em devoção!

*

Meus olhos te louvam dia e noite

Nos contos, crônicas, poemas brios

Oculto ao meu olhar, alguns afoites

Que fazem da palavra vãos desafios

*

Nos palavrões que dás espaços

Ao erotismo não tenho enlace

Para que! Soa todos em percalços

Fere, embota, torna-te fugace

*

E do amor quando o olhar te deita

De tanto encanto que a alma agita

Mente e corpo em ti se deleita

Parece chama em verdade eleita

*

Mas, quando a lógica se conflita

E, nas falácias o campo se aprimora

Ah, meu ego em ti, te mortifica

E vejo tua força noutra mão afora

*

Da eloquencia sou cativa ativa

Aos “homens” leio e fico enleva

Na mesma eloqeuncia a mão criva

Mata o coração, luz apaga a treva

*

A página silenciosa réu confessa

Cancioneiros, aprendiz, doutores,

Como confessora nata que se presa

Reserva leitura segredos redentores

*

Nasceste, palavra, para unir nações

Como a faca que serve para o corte

Tu cortas amigos, famílias, relações

Serás imortal, mas sou de ti consorte

*

Ao dom da palavra que faz encanto

Da mesma palavra que apaga a luz

Eu que dela uso e também desencanto

Prostro-me redentora levo minha cruz

*

SoniaNogueira


Texto selecionada para a coletânea do

Usina de Letras -RJ*