quarta-feira, dezembro 30, 2009

*DOIS MIL E DEZ

Dois Mil e Dez

Criaram os meses e os anos
Para marcar no calendário
Sonhos, alegrias desenganos
Também na mala o abecedário

É assim, no passado, presente
No futuro o mesmo rosário
De tão gasta as contas prende
A mente no mesmo diário:

Riso que traz felicidade
Dor entrando sem licença
Amor com gosto de saudade
Saúde mendigando presença

Criança esbanjando alegria
Outras sem saber a que veio
Pedinte nascendo todo dia
Mendigo, droga e devaneio

Deus dividindo os cristãos
Guerras que nunca apagaram
Do homem o poder das mãos
As terras doadas esmagaram

O conserto perdeu direção
Não sabe que rumo tomar
Vamos agora à comunhão
Cada qual seu papel planejar

Limpar o lixo das entranhas
Amar como se fosse dever
Abraçar as causas tamanhas
Que faça a mente crescer

Caminhar numa nova era
Fazer do bem uma armadilha
Pra que no sopro da atmosfera
Respiremos a mesma partilha

Chegamos dois mil e dez
Passamos mais uma ponte
Banhadas da cabeça aos pés
Na esperança de ir à fonte

Do amor redentor da paz
Dos amigos como esteio
Desejo a todos, ano eficaz
Saúde, carinho e bolso cheio

Feliz 2010

SoniaNogueira

quarta-feira, dezembro 02, 2009

*OLHANDO O MAR

Em comemoração aos 4 anos da Rádio Claretiana FM,
foi realizado o I Concurso de Poesias. Foram recebidas
poesias de várias cidades do Brasil e as mesmas foram
julgadas pelos jurados:
-Odenir Ferro: escritor e poeta
-Prof. José Antônio Carlos David Chagas: professor, jornalista,
consultor em educação, cultura e comunicação social e especializado
em literaturas em língua portuguesa e educação
-Renato Tobaldini: gerente da franquia Livraria Siciliano em Rio Claro


1° lugar
Título: Olhando o Mar
Autora: Sonia Nogueira

Olhado as ondas em igual tortura
O pensamento pousa embevecida
No sonho mudo de eterna mistura
Contemplação outrora indefinida

A visão fixa acompanha o bailado
Do líquido ondulado que flutua
Num vai e vem em hino copulado
De letra e canção sonata e lua

O sol declina no ocaso indiscreto
Na ânsia incontida de perenizar
Ao menos o fito da lua enamorada
Platônico amor da sina ao ocultar

Do sonho pretérito, acobertado
Distando o coração campo exilado
Deserto de miragens sono e fado
Roçando o coração frágil cansado

Toda emoção envolta na penumbra
Dormita num suave pesadelo
Abrindo confissão em vão desaba
Lágrima e riso flutuam em duelo

O vento uiva na imensidão do ocaso
Na face, a brisa ativa sonho infantes
Sem validade vencida em curto prazo
De paixões que nunca foram amantes

À noite dormitando disfarçada
Murmura em oração qual romeiro
A voz no meu peito se amordaça
No tempo infiel trágico traiçoeiro


Sonia Nogueira