*O Pássaro que Voou*
I
Nasceu sem as asas para voar
Sem o berço caro dos afortunados
Sob a choupana frágil do vagar
Indefeso sorte dos fracassados
O ninho a mercê das tempestades
Como alimento o mais vil dos pratos
Nas vestes ofertas das caridades
A miséria rondava os tempos fartos
Foram tantas mazelas recebidas
Que o coração como sina prevista
Sonhou alto no campo das conquistas
Valeu-se do maior bem à desventura
As “letras” o caminho sem fronteira
Na ruptura ilumina cai barreiras.
II
Na ruptura ilumina cai barreiras.
Força do saber rasgando os trilhos
Viagem que aos poucos sorrateira
Vai navegando, cada porto o brilho
É a arma valiosa em construção
Faz da palavra o culto do domínio
Eleva ao mais sublime uma nação
Ou no desfecho o muro do declínio
*
Foi nesta tela com esmero pintada
Que o pássaro criou asas e voou
Fez da palavra refúgio e morada
Divulga a arte, seu canto atuou.
Abriu a ponte, das trevas veio a luz
Poeta Valdeck Almeida de Jesus
***
Sogueira
A página do poeta baiano
Um comentário:
Lindíssimo poema... adorei... conta, com detalhes, a saga de um desventurado que conquista o mundo!
Lindo mesmo!
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