*Quando os Olhos Secam
É rio que não corre na vertente,
O dia descolore a poesia,
A alma já cansada em agonia,
Veleja sem ter rumo afluente.
As sombras murcham alongadas,
O corpo indolente quase nada,
Derrama languidez na madrugada,
Embalde fita olhares nas estradas.
A face perdida na distância
Perde o rosado da alegria,
Nem o vento varre a agonia,
Mas carrega da hora a vigilância.
As horas estacionam dolentes,
A vida corriqueira se multiplica,
A lágrima vazia só implica,
Em não perecer, lágrimas carentes.
Sonia Nogueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário